RIO - Subiu para 643 o número de mortos em decorrência das fortes chuvas que atingiram a Região Serrana do Rio de Janeiro. De acordo com informações da Defesa Civil e das prefeituras, 293 óbitos foram registrados em Nova Friburgo , 271 em Teresópolis, 56 em Petrópolis, 19 em Sumidouro e quatro em São José do Vale do Rio Preto. A Polícia Civil do Rio informou que 590 corpos já foram identificados.
Novo deslizamento - Na madrugada desta segunda-feira, o município de Petrópolis registrou um novo deslizamento de terra, que deixou mais duas pessoas mortas e ao menos uma desaparecida. O acidente ocorreu em uma área rural conhecida como Brejal, no distrito de Itaipava. Desde o início da última semana o local está ilhado, com várias pessoas isoladas.
Ex-prefeito - O corpo do ex-prefeito de Nova Friburgo Paulo Azevedo foi encontrado no domingo em seu sítio. A propriedade foi uma das atingidas por deslizamentos de terra durante a semana. Na quinta-feira, autoridades haviam confirmado que Azevedo e o filho Mateus morreram durante o temporal que causou a tragédia na região, na madrugada de quarta. Segundo a Defesa Civil, a residência onde ambos estavam foi coberta por pedras e lama.
Desabrigados - Ainda segundo a Defesa Civil e as prefeituras, são 8.120 desalojados e 5.970 desabrigados nas três cidades mais afetadas, sendo 3,6 mil e 2,8 mil, respectivamente, em Petrópolis; 1,3 mil e 1,2 mil em Teresópolis; e 3.220 e 1.970 em Nova Friburgo.
Em Teresópolis, 235 corpos já foram identificados e liberados pela Defensoria Pública, mediante iniciais para sepultamento. Até as 18h de sábado, a Central de Cadastro de Desaparecidos havia recebido a reclamação de que 88 pessoas ainda estariam desaparecidas.
A prefeitura da cidade decidiu que os corpos de vítimas da enchente que ainda não foram identificados no Instituto Médico Legal (IML) serão enterrados imediatamente, com coleta de material genético para uma identificação posterior ao sepultamento.
Segundo a decisão, tomada no sábado pelo juiz José Ricardo de Aguiar, as covas em que os corpos forem enterrados devem estar localizadas em área "bem definida e identificável", ficando o respectivo cemitério responsável por um arquivo de cada sepultura.
Os municípios de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis receberam neste domingo gabinetes de controle operacional para coordenar os esforços de resgate e recuperação das áreas destruídas. O anúncio foi feito pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general José Elito Carvalho Siqueira, após reunião com o prefeito de Teresópolis, Jorge Mário (PT).
Uma das primeiras ações do gabinete é criar um controle do espaço aéreo para coordenar os sobrevôos de helicóptero, devido ao grande número de aeronaves que estão transitando por esses locais.
-Como estamos aqui com uma dezena de helicópteros, fora os que eventualmente vêm, como os da imprensa, os corredores de aeronaves têm que ser estabelecidos para evitarmos um acidente desnecessário. Esse plano vem desde as autorizações para a vinda de aeronaves no Rio de Janeiro, com os corredores marcados, até aqui em cima, com orientações sobre aproximação e saída da cidade", disse José Elito.(JB)
PAC 2 vai liberar R$ 500
milhões para Região Serrana
RIO - Após reunião na manhã desta segunda-feira com o vice-presidente da República, Michel Temer, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, afirmou que o governo federal irá antecipar R$ 500 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2) para obras na Região Serrana do estado, onde deslizamentos de terra em decorrência da chuva já deixaram mais de 600 mortos desde o início da semana passada.
-Ainda hoje (segunda-feira), a presidente Dilma Rousseff se reunirá com sua equipe para tratar do assunto chuvas no Brasil, com um olhar especial para a Região Serrana do Rio, disse Sérgio Cabral.
O governador do Rio disse ainda que o vice-presidente Michel Temer lhe transmitiu a “solidariedade do governo federal” para o Estado do Rio de Janeiro.
Além da verba do PAC 2, o governo do Rio, que decretou estado de calamidade pública nas sete cidades atingidas pelas enchentes, receberá outros R$ 100 milhões do governo federal, dentre os quais R$ 30 milhões ficarão disponíveis para os gastos das prefeituras na área da saúde.
Segundo Sergio Cabral, a aplicação dos recursos que já estão sendo liberados, deve priorizar a limpeza das cidades afetadas. O governador destacou o que considera o mais importante a partir de agora. "Resgatar os corpos e dar dignidade aos vivos, recuperar os acessos e alimento para os desabrigados. A reconstrução não será fácil, mas vamos conseguir", afirmou.
O governador do Rio ressaltou que o Tribunal de Contas da União está trabalhando em conjunto com o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro para que não haja desvios de verbas públicas.
Ele também negou desorganização nos procedimentos de resgate.
-Não há desencontro no atendimento às vítimas. O trabalho está sendo feito, disse .
O governador chamou os eventos na Região Serrana do Rio de uma "tragédia".
-Foi de fato algo de uma magnitude impressionante, uma avalanche tropical, disse.
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