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Ano 3 - Edição 833 - Fortaleza - Junho de 2013


sábado, 12 de novembro de 2011

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CAI O PRIMEIRO MINISTRO DA ITÁLIA
SÍLVIO BERLUSCONI
Desde 1994, quando foi eleito pela primeira vez primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi tem sido uma figura política central, mas sua fama e fortuna já chamavam atenção bem antes disso. Envolvimentos com prostitutas , bacanais e muita corrupção sempre marcaram a tumultuada vida do primeiro ministro Italiano.

A primeira vez que Berlusconi apareceu na lista da revista Forbes como uma das pessoas mais ricas do mundo foi em 1988 e, desde então, não saiu do ranking. Mesmo tendo caído cerca de 50% nos últimos dez anos, a fortuna do político – proprietário da empresa de mídia italiana Mediaset, empresas de entretenimento, bancos, além de presidente do time de futebol Milan - ainda é estimada em módicos U$6 bilhões.

Antes visto como inatingível pelos escândalos, a opinião pública começou a se cansar do premiê, eleito três vezes para o cargo. Apesar de já ter sido agredido nas ruas antes (em 2004), em 2009 um episódio marcou a reprovação da população, quando foi agredido durante um comício em Milão com uma miniatura da Catedral de Milão.

Na ocasião, Berlusconi fraturou o nariz e quebrou dois dentes. Sua imagem política foi sendo denegrida aos poucos, conforme foram aparecendo acusações de suborno, conspiração, evasão fiscal, fraude fiscal, desvio de verba pública, corrupção e de envolvimento com prostituição nas famosas festas "bunga bunga".

Em conversas grampeadas, amplamente divulgadas em setembro deste ano, o primeiro-ministro se orgulha de reduzir uma fila de mulheres jovens do lado de fora da sua casa e de "fazer apenas oito meninas, porque eu não conseguiria mais". Em 2009, Veronica Lario, sua esposa há 19 anos, pediu divórcio depois de uma série de denúncias envolvendo, inclusive, meninas menores de idade.

Em 2008, foi aprovada uma lei garantindo imunidade para os quatro cargos mais importantes do governo italiano: o presidente, o primeiro-ministro e os dois presidentes do Parlamento. Em março de 2010, o Senado aprovou outra lei que impede que Berlusconi compareça diante da Justiça para responder aos processos de corrupção e fraude pelos quais é acusado.

ACUSAÇÕES

Entre as acusações mais polêmicas estão o caso Mills, onde ele é acusado de pagar, em 1997, US$600 mil de suborno ao advogado David Mills, para que este prestasse falso depoimento em dois processos movidos no final dos anos 90 contra o magnata das comunicações.

Além deste processo, Berlusconi também responde a denúncias de fraude envolvendo sua empresa Mediatrade (uma sociedade da Mediaset). Ele é acusado de fraude fiscal e de publicar balanço falso na compra de direitos de transmissão para TV por preços inflados de duas companhias em paraísos fiscais. A prática do “caixa 2” também rendeu ao primeiro-ministro outra denúncia em um caso onde um sócio oculto egípcio-americano comprava direitos para empresas americanas e os revendia por preços inflados.

Em novembro de 2010, Berlusconi se envolveu em um escândalo sexual depois que a marroquina Karima El Mahroug, conhecida como Ruby, contou como terminavam as grandes festas promovidas pelo premiê em suas mansões. Foi quando o bunga bunga passou a fazer parte do vocabulário dos italianos.

Segundo seu depoimento, que vazou e teve trechos publicados no jornal La Repubblica, dezenas de mulheres nuas dançavam e se acariciavam em torno do premiê.

"Depois do jantar, íamos para um salão no subsolo, onde acontecia a bunga bunga. Todas as garotas ficavam nuas e eu tinha a sensação de que elas estavam competindo umas com as outras para fazer com que Berlusconi as notasse, com performances sexuais cada vez mais ousadas", relatou.

De acordo com a imigrante marroquina, o primeiro-ministro copiou o formato das festas de seu amigo, o ditador líbio morto recentemente, Muammar Kadhafi.

A Queda de Berlusconi

Na última terça-feira, durante a votação do orçamento no Parlamento, o enfraquecimento político de Berlusconi foi confirmado. As Contas do Estado foram aprovadas com apenas 308 votos, oito a menos que o necessário para compor a maioria absoluta. Depois de uma reunião com o presidente, Giorgio Napolitano, o primeiro-ministro se disse “consciente das consequências do voto” e anunciou a decisão de sua renúncia assim que forem aprovadas as medidas econômicas prometidas à União Europeia para evitar o contágio da crise.

O plano de ajustes foi aprovado nesta sexta-feira pelo Senado e deverá ser ratificado definitivamente neste sábado (12) pela Câmara dos Deputados. As medidas visam combater a crise e reduzir a dívida de 1,9 trilhão de euros do país.

Apesar do visível desgaste de sua imagem pública, o comportamento moralmente duvidoso não influenciou na saída de Berlusconi do poder, segundo o professor de Relações Internacionais da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Williams Gonçalves.
“Ele cometeu excessos que ofenderam os italianos, especialmente as mulheres. Mas o que temos agora não são escândalos sexuais, mas uma crise econômica seriíssima. O que os italianos consideram, através de seu Parlamento, é que não o vêem como uma pessoa adequada para enfrentá-la”, esclarece.

O afastamento de Berlusconi não trará nenhuma mudança significativa na economia do país, mas é necessário para que haja um consenso político em um momento tão delicado.

“Para resolver a crise é necessário que haja força política e isso Berlusconi não tem mais. Crises como estas exigem dos governantes que tomem medidas impopulares, que requerem uma retaguarda política, um forte apoio político”, argumenta Williams.
O professor de Ciências Econômicas da Universidade Federal Fluminense (UFF), Maurício Dias David, concorda que este é um grave momento para a perda de governabilidade e que há grande desgaste e pressão política envolvidos na saída de Berlusconi. A troca do governo, porém, pode melhorar as expectativas da crise.

“Tem um ditado italiano que diz ‘Vamos mudar as coisas para que tudo continue igual’, e é isso que vai acontecer. Mas a crise econômica, no fundo, é sempre uma crise de expectativas. Do ponto de vista psicológico, a troca do governo pode ter um efeito positivo. Um novo primeiro-ministro não vai zerar a situação, mas vai começar sua gestão com a população e agentes econômicos mais positivos”, analisa Maurício. Fontes: Forbes e AFP.




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